terça-feira, 25 de novembro de 2014

A saúde mental dos trabalhadores

Hoje tive o privilégio de ser convidada para ministrar uma palestra sobre a saúde mental dos trabalhadores (em especial dos vigilantes, que é um público que atendo), no
Tribunal Regional do Trabalho.
O que queria ressaltar é que qualquer trabalho tem uma carga de estresse, pressão, e isso só aumenta, a cada dia, com todas as mudanças no mercado de trabalho, crise econômica...
O foco da minha apresentação foi a prevenção, afinal foi o encerramento do Novembro Azul, que é um evento que visa à prevenção do câncer de próstata nos homens.
Queria ressaltar aqui todas as pessoas, em especial trabalhadores, devem ficar atentos à mudanças no comportamento, humor, no padrão de sono, de alimentação, etc. Tais mudanças falam a favor de alguma doença mental, o que deve ser investigado mais profundamente por um psiquiatra.
Vale frisar que as doenças mentais, em sua maioria, são multifatoriais, ou seja, fatores estressantes do meio (como um trabalho desgastante, assédio moral, condições inadequadas de trabalho) associados a uma predisposição genética, pode levar ao adoecimento mental.
Mesmo que você não esteja passando por nenhuma das situações descritas acima, vale ressaltar que prevenir é sempre o melhor remédio. É como prevenimos doenças mentais? Procurando manter hábitos saudaveis de vida, alimentando-se bem, dormindo bem, exercitando-se, tendo momentos de lazer com a família, tirando férias. Por fim, buscar  a felicidade tem que ser uma meta na vida de todos nós!
Então, se você se identificou com essas mudanças no comportamento, nos hábitos, se as coisas que antes lhe davam prazer, não lhe dão mais, e também você está sentindo que seu trabalho está com uma carga de pressão, estresse, que chega a interferir no seu dia-a-dia, no seu convívio familiar,  acho que seria válido buscar uma ajuda profissional.
Como sempre ressalto, psiquiatra não é médico de loucos. É um médico, como outro qualquer, que estará sempre pronto e capacitado para lhe ajudar!


quarta-feira, 13 de agosto de 2014

E mais uma vez a depressão matou...

A maioria das pessoas ainda está muito chocada com a morte do ator Robin Williams. Em todas as redes sociais vejo comentários de indignação, inconformismo, em como alguém jovem, talentoso, amado pelo público pode fazer isso!
Mas a depressão pode fazer isso sim, e faz! Mata, como diabetes, insufiência renal, coronoriopatia e qualquer outra doença crônica clínica.
Há algumas semanas tivemos outro caso de suicídio, do humorista Fausto Fanti, da dupla Hermes e Renato. Mais uma vez o país ficou chocado, em como uma pessoa famosa, ainda por cima humorista (que teoricamente seria uma pessoa feliz), foi capaz de tirar a própria vida.
Segundo a OMS a depressão é a quarta doença que mais causa incapacitaçao no mundo, com previsão de que em 2030 seja o mal mais prevalece do planeta, ficando à frente de câncer e de outras doenças infecciosas. Só entre os adolescentes, entre 10 e 19 anos, a depressão é maior causa de inaptidão, e está entre as trés principais causas de mortalidade nesta faixa etária, sendo elas: acidentes de trânsito, AIDS e suicídio.
E mesmo com todos esses dados alarmantes, por que tanta gente sofre deste mal e não se trata? A resposta é relativamente simples: estigma com a doença e com o doente mental. E o pior é que muitas vezes o preconceito inicia-se pelo próprio paciente, que não aceita o diagnóstico e não segue corretamente o tratamento.
As pessoas precisam extirpar a idéia, de uma vez por todas, que depressão é frescura, que a pessoa está deprimida por sua vontade, que está assim porque é desocupado, está com falta do que fazer. Digam-me, quem escolheria ter uma doença? Quem escolheria sofrer? Alguém tem o sonho na vida de ter diabetes, pressão alta, ou qualquer outra doença? Acredito que a reposta é não, para a maioria das pessoas. A depressão é uma doença crônica, como qualquer outra, que possui causas genéticas (algumas pessoas nascem com predisposição genética para desenvolver doenças mentais), ambientais (estressores do meio, seja na vida pessoal, profissional, familiar), dente outras! Ou seja, pessoas que tenham uma predisposição genética, passando ou não por algum estressor em suas vidas, podem desencadear os primeiros sintomas da doença, independente de condição financeira, classe social, religião, e qualquer outra coisa.
Quanto mais conhecimento e informação tivermos sobre as doenças mentais, mais fácil será para o paciente e familiares aceitarem o diagnóstico e aderirem ao tratamento, o que com certeza trará benefícios para vida desde indivíduo acometido, bem como de toda sociedade, com todos podendo viver com saúde e qualidade de vida!

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Que onda de violência é esta?

Com toda esta onda de violência urbana, aparentemente gratuita, que invade nossas casas pelos telejornais, internet, iniciei uma reflexão sobre o papel do psiquiatra neste contexto.
É sabido que vários transtornos psiquiátricos levam ao aumento da violência, pela explosividade, descontrole de impulsos, como no transtorno bipolar, esquizofrenia, dentre outros.
Sabe-se também que várias medicações psicotrópicas, como antipsicóticos, estabilizadores de humor, tem efeito em diminuir índices de violência, fato este que já vem sendo comprovado em estudos  científicos.
Com tudo isso, questiono-me se não tem muita gente que vem sofrendo com algum distúrbio psiquiátrico há algum tempo, e ainda não teve o diagnóstico adequado. Muitas vezes as pessoas passam anos de suas vidas sendo consideradas normais (mesmo já estando com algum sofrimento psíquico e que ainda consegue disfarçar para a sociedade), até que um dia, "do nada" espancam, matam alguém,  e só então surge o questionamento: "será que ele tinha problemas mentais?".
Acho que isso tudo deve servir como um alerta oara toda sociedade, oara tentarmos diagnosticar e tratar os problemas antes de culminar com alguma tragédia.
Afinal, ninguém precisa esperar um infarto para procurar um cardiologista, não é mesmo?
#PrevenirÉSempreOMelhorRemédio!
Uma ótima semana para todos!