Cibercondria?

Olá amigos! Estava lendo um livro em que aparecia este termo, e achei que válido compartilhar com vocês. Este nome bonito, diferente, nada mais é do que o temor de adoecer derivado de consultas a páginas eletrônicas destinadas à medicina. Explicando melhor, sabe quando você está com uma dor de cabeça, ou algum outro sintoma, e antes de procurar um  médico você joga tais sintomas na pesquisa do Google, para ver qual seu possível diagnóstico? É disso que estamos falando! No entanto, o maior problema dessa busca inocente, é que muitas vezes os sites acabam mostrando uma infinidade de doenças que cursam com aquele sintoma que você digitou (aquela dor de cabeça, lembra?), e no final das contas você está num site falando sobre tumor cerebral.
Como as pessoas que estão pesquisando na internet, geralmente não são da área da saúde, acabam colocando na cabeça que tem determinada enfermidade grave e isso chega a causar graves prejuízos na vida daquela pessoa, sejam eles pessoais, profissionais, financeiros.
Por isso, sempre reforço que nada substitui o médico, a consulta médica. Informações absorvidas pela internet, indiscriminadamente, não fornecem diagnóstico algum. O que dá um diagnóstico aos seus sintomas, é a anamnese cuidadosa do médico (aquelas perguntas todas que seu médico lhe faz durante a consulta), é o exame físico (quando o médico o coloca na maca, afere pressão, e outros sinais vitais, o ausculta), e se necessário, exames complementares. Sem este arsenal todo, é impossível fechar um diagnóstico e instituir a terapêutica adequada.
Falando sobre a saúde mental, é ainda mais importante a ida ao médico, pois sendo os sintomas psiquiátricos tão vastos e complexos, somente um psiquiatra com boa formação profissional e experiência na área, é capaz de diagnosticar e escolher a terapêutica mais adequada para cada caso (seja ela medicamentosa ou psicoterápica).
Com isso, só quero reforçar aquela frase que todo mundo já escutou: nos primeiros sintomas, procure um médico. A internet tem inúmeras aplicações para nossa vida, inclusive aprimorando a medicina, contudo, a boa relação médico-paciente, próxima, aquele contato olho no olho, nada é capaz de  substituir.
Uma excelente semana a todos!

20/10: Dia mundial de luta contra o bullying

Boa noite amigos! O post de hoje vai sobre um tema muito importante e ao mesmo tempo muito negligenciado: o bullying. Esse nome em inglês, complicado, na verdade é algo muito simples, que muitas crianças vivenciam diariamente: a violência física ou psicológica exercida de forma repetitiva e intencional em uma circunstância em que existe uma relação de poder desigual.
E o que essas ofensas repetidas, xingamentos, apelidos podem gerar? Problemas psíquicos para a vida inteira! Aí se encontra a importância de se falar sobre o tema e o combater. Crianças que sofrem este tipo de violência (lembrando que violência psicológica também é violência), podem desencadear vários transtornos psiquiátricos, tais como depressão, ansiedade, transtornos alimentares, dentre outros, diagnosticados ainda na infância ou depois na vida adulta. Sem contar o o absenteísmo na escola, pois muitas vezes a criança simplesmente para de estudar, por não aguentar e não saber como lidar com tamanha opressão.
Devo lembrar  também que não somente as crianças são vítimas de bullying. Adultos, que sofrem pressão no ambiente de trabalho, assédio moral, sexual, também estão sendo vítimas. E muitas vezes acabam não denunciando, não buscando ajuda por medo, por vergonha e repressão.
Assim, cabe a cada um de nós, enquanto sociedade, cuidarmos uns dos outros e ficarmos atentos a quem está sendo vítima de tais formas de violência, para que essas pessoas possam ser orientaras a como buscar a ajuda e o tratamento adequados.
Até a próxima!

 #Psiquiatria #SaúdeMental #DiaMundialdeCombateaoBullying #Violência #Sociedade

Os perigos do álcool para os jovens

Muito se comenta, discute à respeito dos malefícios das drogas ilícitas, porém vim fazer uma reflexão sobre um perigo muito mais próximo de todos nós, as drogas lícitas, focando no álcool.
É alarmante o quanto a iniciação ao uso do álcool vem ocorrendo cada vez mais cedo. Jovens, de 14 anos ou menos, já tem inúmeras histórias para contar sobre "porres homéricos", e geralmente se enaltecem de conseguir beber mais que o amigo, de demorar mais para "ficar cozido".
Infelizmente este motivo de orgulho, é um sinal de preocupação, que este jovem já desenvolvendo um processo de dependência e tolerância. A dependência, é uma doença, que se caracteriza pela necessidade de usar, não conseguir ficar sem aquela substância e está relacionada à perda de controle. Já a tolerância, ocorre quando o indivíduo precisa de doses cada vez maiores para obter os efeitos que antes atingia com quantidades menores, ou seja há uma adaptação do organismo, àquele uso inicial.
O problema é que uma pesquisa bem atual apresentada no encontro anual americano de psiquiatria (APA) este ano, demonstrou por estudos de imagem, que esse uso abusivo de álcool na adolescência além de predispor a um maior risco de desenvolver a dependência do álcool, promove alterações estruturais no cérebro, com redução de substância cinzenta em córtex fronto-lateral e diminuição do crescimento de substância branca no corpo caloso.
Traduzindo, este jovem com o cérebro ainda em formação, terá alterações que comprometerão suas funções cognitivas para o resto da vida: dificuldades de raciocínio, concentração, tomada de decisões.
Ou seja, temos que focar nossos esforços num trabalho de prevenção, evitar que o jovem se inicie no uso do álcool ou pelo menos que, se for fazer uso, que não seja tão cedo, para tentarmos evitar estes danos que trarão tantas incapacidades para sua vida no futuro.
E como sempre, falo, a prevenção ainda é o melhor remédio!
Um ótimo dia a todos.

O estigma do psiquiatra

Após um longo período sem postar, devido à problemas técnicos associados à falta de tempo, aqui estou eu novamente.
Deparei-me com uma situação hoje que me fez refletir um pouco sobre o papel do psiquiatra. Uma colega clínica geral estava atendendo uma paciente que insistia que minha colega lhe fornecesse receita de um remedinho para dormir que a mesma toma há anos, sempre com as receitas renovadas pelos clínicos que ela consultava. Minha colega, em vão, tentou convencê-la a se consultar com psiquiatra, inclusive apresentou-me à paciente. Esta ficou irritada, disse que que não tem tempo para consultar com psiquiatra porque sua vida estava corrida no trabalho. Ou seja, ela prefere ficar anos tomando a mesma medicação, possivelmente em dose inadequada, sem remissão completa dos sintomas do que procurar um profissional. É triste constatar isso, mas é uma realidade que permeia a mente de muitas pessoas, em pleno século XXI.
Enquanto não desmistificarmos a figura do psiquiatra, e de fato entendermos que é um médico como outro qualquer, ainda veremos muitas pessoas preferindo permanecer num subtratamento e sendo infelizes, do que buscar uma vida com qualidade sem sintomas psíquicos.
Meu papel como psiquiatra e muitas vezes como formadora de opinião, quando tenho espaço em palestras, entrevistas, é mostrar o quão simples é procurar um psiquiatra e conversar com ele sobre seus problemas. O único risco que se corre, é melhorar. Para alguém vivenciando algum estado de sofrimento psíquico, acho que é um risco que vale à pena correr.
Procure seu psiquiatra, não tenha medo. É um médico que estará pronto e qualificado para bem atendê-lo.

Para finalizar, segue o link de uma entrevista minha para o programa Terceirização, exibido pela emissora Band, no dia 25/05/15, sobre a saúde mental do vigilante. Minha parte inicia-se no minuto 20.

https://www.youtube.com/watch?v=KgbWAZjPDRk

Depressao! Vale à pena ver o vídeo!

Este é o primeiro post do ano, porém não irei escrever muito! Vou postar um vídeo de 4 minutos sobre depressão, que achei no YouTube que vale muito à pena assistir! É bem didático, informativo e com informações muito pertinentes e corretas acerca do assunto.
Fico à disposição para quaisquer esclerecimentos que surjam!
Um abraço a todos! http://youtu.be/T2XLwjy65LA