segunda-feira, 27 de abril de 2015

O estigma do psiquiatra

Após um longo período sem postar, devido à problemas técnicos associados à falta de tempo, aqui estou eu novamente.
Deparei-me com uma situação hoje que me fez refletir um pouco sobre o papel do psiquiatra. Uma colega clínica geral estava atendendo uma paciente que insistia que minha colega lhe fornecesse receita de um remedinho para dormir que a mesma toma há anos, sempre com as receitas renovadas pelos clínicos que ela consultava. Minha colega, em vão, tentou convencê-la a se consultar com psiquiatra, inclusive apresentou-me à paciente. Esta ficou irritada, disse que que não tem tempo para consultar com psiquiatra porque sua vida estava corrida no trabalho. Ou seja, ela prefere ficar anos tomando a mesma medicação, possivelmente em dose inadequada, sem remissão completa dos sintomas do que procurar um profissional. É triste constatar isso, mas é uma realidade que permeia a mente de muitas pessoas, em pleno século XXI.
Enquanto não desmistificarmos a figura do psiquiatra, e de fato entendermos que é um médico como outro qualquer, ainda veremos muitas pessoas preferindo permanecer num subtratamento e sendo infelizes, do que buscar uma vida com qualidade sem sintomas psíquicos.
Meu papel como psiquiatra e muitas vezes como formadora de opinião, quando tenho espaço em palestras, entrevistas, é mostrar o quão simples é procurar um psiquiatra e conversar com ele sobre seus problemas. O único risco que se corre, é melhorar. Para alguém vivenciando algum estado de sofrimento psíquico, acho que é um risco que vale à pena correr.
Procure seu psiquiatra, não tenha medo. É um médico que estará pronto e qualificado para bem atendê-lo.

Para finalizar, segue o link de uma entrevista minha para o programa Terceirização, exibido pela emissora Band, no dia 25/05/15, sobre a saúde mental do vigilante. Minha parte inicia-se no minuto 20.

https://www.youtube.com/watch?v=KgbWAZjPDRk