Muito se comenta, discute à respeito dos malefícios das drogas ilícitas, porém vim fazer uma reflexão sobre um perigo muito mais próximo de todos nós, as drogas lícitas, focando no álcool.
É alarmante o quanto a iniciação ao uso do álcool vem ocorrendo cada vez mais cedo. Jovens, de 14 anos ou menos, já tem inúmeras histórias para contar sobre "porres homéricos", e geralmente se enaltecem de conseguir beber mais que o amigo, de demorar mais para "ficar cozido".
Infelizmente este motivo de orgulho, é um sinal de preocupação, que este jovem já desenvolvendo um processo de dependência e tolerância. A dependência, é uma doença, que se caracteriza pela necessidade de usar, não conseguir ficar sem aquela substância e está relacionada à perda de controle. Já a tolerância, ocorre quando o indivíduo precisa de doses cada vez maiores para obter os efeitos que antes atingia com quantidades menores, ou seja há uma adaptação do organismo, àquele uso inicial.
O problema é que uma pesquisa bem atual apresentada no encontro anual americano de psiquiatria (APA) este ano, demonstrou por estudos de imagem, que esse uso abusivo de álcool na adolescência além de predispor a um maior risco de desenvolver a dependência do álcool, promove alterações estruturais no cérebro, com redução de substância cinzenta em córtex fronto-lateral e diminuição do crescimento de substância branca no corpo caloso.
Traduzindo, este jovem com o cérebro ainda em formação, terá alterações que comprometerão suas funções cognitivas para o resto da vida: dificuldades de raciocínio, concentração, tomada de decisões.
Ou seja, temos que focar nossos esforços num trabalho de prevenção, evitar que o jovem se inicie no uso do álcool ou pelo menos que, se for fazer uso, que não seja tão cedo, para tentarmos evitar estes danos que trarão tantas incapacidades para sua vida no futuro.
E como sempre, falo, a prevenção ainda é o melhor remédio!
Um ótimo dia a todos.